sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Drogas: um problema incontornável?

A epidemia de drogas, sobretudo na juventude, é um triste fato. Nas escolas e comunidades isso se demonstra cotidianamente. Não há dúvidas de que elas são um elemento destrutivo em todos os aspectos, seja pelo uso ou pelo caminho do tráfico e da violência. Muito longe de ser uma questão de escolha individual, é um problema social e de saúde pública.

Existem os que apresentam essa realidade como irreversível, incontornável. Para os mesmos restaria apenas reduzir os danos. Fazer um uso “controlado”, como se isso fosse possível. Formulação usada para defender a política de legalização ou descriminalização das drogas. Nessa lógica se trata de torná-las um mercado legal à custa da destruição humana.

Será mesmo uma realidade social imutável?

Dizer que o problema das drogas é incontornável é afirmar que o sucateamento da saúde e da educação públicas é irreversível. É negar o acesso ao emprego digno, à instrução e à cultura. É tirar a responsabilidade do Estado nessas questões. O que essa postura esconde são as reais demandas e necessidades da juventude. A droga se instala quando falta emprego, seu consumo aumenta aonde os serviços públicos não chegam e permanece onde não há perspectiva de um futuro. O tráfico não é um Estado paralelo, mas a ausência do mesmo!

Negar os direitos básicos é deixar a juventude a mercê de duas horrendas saídas: as drogas ou a repressão. A solução não passa pela legalização das drogas nem tampouco pela repressão ao usuário. A única resposta positiva é dar à juventude pleno acesso ao emprego, à saúde e à educação públicas, ao esporte e à arte. Uma verdadeira política de dano zero!

Profª. Denise Goulart

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